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O Futsal no Brasil
O Brasil é o país do futsal tanto quanto do futebol, principalmente em relação à prática deste esporte. A identificação do povo brasileiro com o futebol, as muitas quadras públicas ou particulares existentes, a grande utilização do futsal nas aulas de educação física e o número reduzido de jogadores necessários a prática desta modalidade são alguns dos fatores que contribuem para sua importância em nosso país.
O Brasil é potência mundial no futsal, mais até que no futebol. Os títulos demonstram isso. São cinco títulos mundiais nos sete disputados (vice nos outros dois) e doze títulos sul-americanos em doze disputados, fora os outros vários títulos conquistados pela seleção principal e pelas demais categorias (Confederação Brasileira de Futebol de Salão, 2004).
A origem do futsal, ao contrário do que muitos pensam, pode não ter ocorrido nessas terras. Alguns acreditam que o futebol de salão surgiu no Uruguai, sendo redigidas as primeiras regras em 1933, pelo Prof. Juan Carlos Ceriani e fundamentadas no futebol (essência), basquetebol (tempo de jogo), handebol (validade do gol) e pólo aquático (ação do goleiro). E só a partir de um curso na ACM2 de Montevidéu, que contou com a presença de representantes das ACMs de toda a América Latina, entre eles alguns brasileiros (João Lotufo, Asdrúbal Monteiro, José Rothier) é que cópias das regras foram distribuídas e, posteriormente, trazidas e divulgadas no Brasil (Santana, 2004).
Outra corrente, liderada por Luiz Gonzaga Fernandes, defende que o futebol de salão surgiu no Brasil, no final de 1930, na ACM (SP) onde era praticado por jovens – considerados os precursores do esporte – a título de recreação. Esta corrente acredita que se jogava futebol em quadra também no Uruguai, mas que não passava de "pelada"3 e que a primeira regulamentação da modalidade ocorreu no Brasil (Santana, 2004).
Muitas mudanças ocorreram desde a criação do esporte. Mudanças nas regras, na dinâmica do jogo e, até mesmo, na nomenclatura da modalidade. A FIFA4 tem certa influência nisto, pois ao se interessar por um novo "mercado" que se abria, fundiu o futebol de cinco, praticado na Europa com o futebol de salão para criar o FUTSAL. O futebol de salão, ainda existe sob a tutela da FIFUSA5 , primeira entidade internacional existente para o futebol praticado em quadras, mas o maior poderio da FIFA acaba sucumbindo tal entidade (Santana, 2004).
Apesar destas divergências, é imensurável a contribuição brasileira para a evolução da modalidade. Hoje, incluindo o Brasil, mais de 130 países são filiados a FIFA, que detêm o futsal sob seu domínio desde a década de 1980 (Santana, 2004).
A origem da capoeira
A ORIGEM DA CAPOEIRA |
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A trajetória de praticamente todos os capoeiras é muito parecida, em princípio ficamos fascinados com o som do berimbau, do atabaque, com o profundo significado das músicas, que tocam dentro de nossas almas e corações e aos poucos vamos nos apaixonando pela ginga, pelos golpes e quando nos damos conta, a Capoeira já está entranhada dentro de nossa vida. Herança africana legada à cultura brasileira, o jogo da Capoeira trouxe uma valiosa contribuição à formação da nossa identidade cultural. Capoeira é luta, jogo e dança. Brincadeira de movimentos perigosos executados com graça, malícia e muitos rituais. Dança negra em que prevalece a agilidade da esquiva e a esperteza da fuga. Os pés que deslizam sobre o chão podem desferir golpes fatais. Essa dança, como forma de expressão corporal, possui uma linguagem aonde cada gesto significa e representa idéias, sentimentos, emoções e sensações. O jogo da Capoeira é a síntese da dança. A sua essência, disfarçada em brinquedo: vadiação; distração de quem busca extravasar cada função interior nos gestos exteriores. Nessa dança se manifesta a tradição milenar da cultura negra de reverenciar as origens, cada vez que se repetem gestos ancestrais, renovados. O jogo da Capoeira é um vínculo com antepassados que praticaram os mesmos atos. A Capoeira consiste numa dança onde o emprego dos movimentos arriscados – dado à circunstância de camuflar possível contenda – envolve os participantes e contagia quem assiste. A postura respeitosa dos capoeiras uns com os outros, com o jogo, o "chão", o berimbau e o atabaque se explicam no propósito maior da dança: unir. Ligar estreitamente, como as mãos que se apertam ao final de cada jogo. Fornecendo elementos para a História do Brasil, o jogo da Capoeira se fez presente em todos os períodos, desde a colônia. Inúmeros memorialistas e cronistas de costumes fixaram a imagem de capoeiras célebres e suas peripécias, sendo possível flagrar a construção da identidade brasileira através do acompanhamento da História da Capoeira. O jogo da Capoeira é o corpo e a essência de 500 anos de luta de resistência negra, constituindo-se na primeira e original manifestação libertária da Cultura Brasileira. É o corpo e a força dos ritos que preservam os mitos e os arquétipos da nossa gente. Participando ativamente da resistência comum às variadas formas de dominação física e cultural, desde o seu aparecimento nas terras brasileiras a Capoeira insurge-se em defesa da construção de uma nova identidade coletiva. Esse jogo não foi somente um fermento revolucionário; é realmente um instrumento de transformações firmado nas mais antigas raízes culturais do povo brasileiro. Muitos dos nossos escritores empolgaram-se com a Capoeira: Joaquim Manuel de Macedo, em Memórias de Um Sargento de Milícias; Aluízio de Azevedo, em O Cortiço, são alguns dos que buscaram retratar cenas do período em que capoeiras pontificavam, nas suas lutas. A introdução deste estudo foi baseada no livro de Camile Adorno – A arte da Capoeira. A ORIGEM DA CAPOEIRA Acredita-se que a existência da Capoeira remonte às senzalas, às fugas dos negros e aos quilombos brasileiros da época colonial: os escravos fugitivos, para se defenderem, fizeram do próprio corpo uma arma. As origens da Capoeira estão nesse ambiente, onde os negros relembravam suas velhas danças e rituais da África. A maioria dos golpes assemelha-se às defesas e ataques de animais: a marrada do touro, o coice do cavalo, a fisgada do rabo de arraia. Ou então guardam relação com instrumentos de trabalho cuja ação é semelhante aos movimentos do corpo dos capoeiras: o martelo batendo, a foice roçando o mato. Não há indicações seguras de que a Capoeira, conforme a conhecemos no Brasil ainda hoje, tenha se desenvolvido em qualquer outra parte do mundo. O antropólogo Gerhard Kubik, professor da Universidade de Viena – Áustria e membro da Associação Mundial de Folclore, especialista em assuntos relacionados à África, não encontrou em suas pesquisas nenhuma manifestação semelhante a Capoeira, considerando, portanto a expressão "Capoeira de Angola" uma criação brasileira, sem qualquer conotação cultural com a África. Câmara Cascudo, outro grande historiador, afirma que os negros Bantos – Congo – Angolenses trouxeram-na em forma de danças litúrgicas; as quais eram praticadas ao som de instrumentos de percussão, transformando-se em luta aqui no Brasil. Assim, de acordo com o antropólogo Gerhard Kubik, Câmara Cascudo e vários outros estudiosos, a Capoeira é uma invenção dos escravos africanos em terras brasileiras. Não existem pesquisas históricas a respeito da capoeira nos séculos XVI a XVIII. O pintor Rugendas (1835), retratou a Capoeira na gravura intitulada Jogar capoeira ou dança da guerra. Nela dois negros gingam ao som de um atabaque – tocado por um negro sentado – diante de uma assistência composta por nove negros (dentre os quais três mulheres). O cronista refere-se ao que vê como uma "dança da guerra". Durante a primeira metade do século XIX, a Capoeira parece ter se configurado como uma experiência essencialmente escrava. Entretanto, a partir dos anos 1850, altera-se a composição étnica e social de seus praticantes, com a incorporação de libertos e livres, muitos dos quais brancos. Dentre esses últimos havia alguns membros da elite e também inúmeros estrangeiros, predominantemente portugueses. Em 1872 levantavam-se as primeiras vozes pedindo a criminalização da capoeira, apesar desta não se caracterizar como crime de acordo com o Código Criminal" (Holloway,1989:669). Em 11 de outubro de 1890 foi promulgada a Lei nº 487, de autoria de Sampaio Ferraz, que proibia a prática da capoeira e previa punição de 2 a 6 meses de trabalho forçado na ilha de Fernando de Noronha. Como não eram apenas os negros e mestiços que praticavam a Capoeira, a lei acabou atingindo importantes pessoas da nobreza. CONCLUSÃODe acordo com a pesquisa bibliográfica realizada, vemos que a origem da Capoeira perde-se no tempo e se acha ainda oculta pela poeira dos séculos que a envolvem. São vários os historiadores defensores das mais diferentes teses com relação à sua origem. Não sabemos com precisão a veracidade de todos os fatos, porque o conselheiro Rui Barbosa, quando Ministro da Fazenda do governo do General Deodoro da Fonseca, considerando a exploração do homem pelo homem uma mancha de sangue na história do nosso país a ser apagada, mandou queimar toda a documentação referente à escravidão negra no Brasil. Vemos que essa sua atitude nos trouxe apenas a distorção de muitos fatos, porque os documentos que restaram forneceram os subsídios necessários para a reconstituição da nossa história. Assim, concluímos que realmente não existem relatos documentados ou registros que comprovem a origem da Capoeira, porém a maior parte dos historiados e estudiosos do tema, confirmam a teoria de que a Capoeira teve uma influência africana fragmentada, porém a Capoeira como a conhecemos hoje, nasceu realmente no Brasil. De fato temos pelo menos uma certeza em relação à Capoeira: Hoje em dia esta arte definitivamente representa o Brasil, pois não existe brasileiro que não se sinta influenciado e enfeitiçado por sua ginga, melodia, enfim por toda a sua magia.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Þ Adorno, Camile – A arte da Capoeira – (S.D) Þ Mestrinho, Mestre – Arte-Luta Brasileira – (S.D) Þ Moura, Jair – Mestre Bimba – A crônica da Capoeiragem – (S. D) Þ Rodrigues, Nina – Os africanos no Brasil – Ed. NACIONAL, São Paulo, 1977 (1 a ed.1933) Þ Vieira, Emílio – Na roda do berimbau – Goiânia, ORIENTE, 1973
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