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Atletismo: Salto em distância

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Atletismo: O esporte mãe de todos os esportes!

                                                             SALTO EM DISTÂNCIA
Esse salto é efetuado em uma área dividida em três segmentos: uma pista de impulso com um mínimo de 45m de comprimento; uma tábua de madeira maciça com 1,22m de comprimento, 20cm de largura e 10 de espessura, fixada ao solo ao nível da pista de impulso, antes da caixa de areia e a caixa em si, onde o atleta deve cair ao saltar. O solo da pista de impulso pode ser de saibro, terra fina ou carvão e podendo ser utilizado o tartan.

O salto:
Primeiro o atleta se concentra para saltar, em seguida inicia uma corrida em direção a caixa de areia que começa devagar e vai aumentando a velocidade até bater o pé  de apoio na tábua de salto (aproximação) e se impulsionar para saltar,feita a impulsão, o saltador lança a perna, que está livre para a frente ganhando elevação e desenvolvimento horizontal.

Regras:
A distância do salto será medida do ponto em que o saltador tocou a areia até a tábua de salto. Se o saltador, ao cair colocar as mãos para trás para se apoiar, será medido a partir do local em que tocou o chão com as mãos.
Se o atleta cair fora da caixa de areia é considerado falta. Se isso se der na terceira tentativa, o saltador é eliminado, pelo juiz da prova ou seus auxiliares.

Fatores que determinam as distâncias:
 Impulsão, posição do corpo;altura do centro de gravidade, ângulo e velocidade da saída; posição do corpo e ações na queda.


Fases do salto em distância:

 

Corrida
A atleta acelera
pela pista, alcançando a máxima velocidade antes da região de salto.

Salto
A atleta se impulsiona com um pé, com os braços para cima para alcançar altura.

Vôo
Corpo estendido
para manter equilíbrio e
preparar
a aterrissagem.

Aterrissagem
Pernas e braços
à frente para
alcançar a máxima distância possível.

Salto inválido. Quando o pé deixa uma marca na região à frente da permitida na pista de salto.

 

Medição da parte frontal da pista até o final, na areia.

Pista 40m 1m 9m mínimo   

1.Corrida de Aproximação:
Objetivos: Levar o indivíduo a uma posição ótima para a impulsão ,varia de acordo com a capacidade de adquirir velocidade do indivíduo e do seu nível técnico em média de 39 a 45 metros (17 a 22 passos)

2.Chamada:
É quando o atleta bate o pé na tábua tentando manter a velocidade horizontal tão alta quanto possível.
É a fase mais importante e mais difícil do salto.

3.Vôo:
Inicia-se com a perda do contato com o solo e o saltador não poderá modificar a trajetória da parábola do centro de gravidade a pós ter perdido o contato com o solo, Pode ser: grupado, extensão ou tesoura.

4.Queda:
ObjetivosProcurar diminuir ao máximo as forças de reação do solo (impacto nas articulações).O ideal é cair com os pés paralelos e joelhos flexionados.

                                                                SALTO TRIPLO
Esse salto utiliza as mesmas regras do salto em distância, com exceção de que a tábua e a linha limite do salto ficam no mínimo a 11m da caixa de areia. Para o salto é utilizado uma técnica onde o atleta deve cumprir três etapas sucessivas: um primeiro salto, antes da linha limite, para cair sobre o mesmo pé do impulso; um segundo salto, caindo sobre o outro pé; e finalmente o terceiro salto, que lhe permite cair com os dois pés na caixa de areia (deve executar este salto final com toda a força para projetar-se para a caixa de areia com a maior distância possível).

Regras:
A ordem de saltos dos atletas é sorteada. Assim como no salto em distância, o atleta faz 3 tentativas e lhe é computado o melhor dos três.Quando houver mais de oito competidores, cada um terá direito a três tentativas e os oito competidores com os melhores resultados da prova terão direito a mais três tentativas, sendo que, no caso de empate em oitavo nos três primeiros saltos, todos os competidores terão também direito a mais três tentativas.
O primeiro salto deve ser dado de forma que o competidor corra com o mesmo pé com que foi dada a impulsão; no segundo, ele deve cair com o outro pé; a partir daí o salto é completado. É considerado falho o salto em que o competidor, enquanto estiver saltando, tocar o solo com a perna "inativa". Aplicam-se ao salto triplo todas as demais disposições sobre as faltas previstas para o salto em distância.
Na pista não podem ser colocadas marcas, mas ao lado de fora o competidor pode colocar marcas (fornecidas pelos organizadores). Nenhuma marca pode ser colocada na caixa de areia. Depois de iniciada a prova, os competidores não devem ter mais permissão para usar a pista para efetuar tentativas experimentais.

Componentes básicos:
Velocidade;Potência;Coordenação;Equilíbrio;Flexibilidade.

Condições básicas ao salto triplo:
Boa distribuição entre as distâncias dos saltos;
Obter uma relação ideal entre as velocidades horizontal e vertical de modo que se possa:

 Regras:
O segundo salto deve ser dado com a mesma perna e o primeiro e o terceiro salto com a outra perna.
O pé inativo não poderá tocar o solo;
Não pode-se ao saltar cair fora da pista ou da caixa de areia;
Tábua: a 13 m da caixa de areia;
Conta-se como válido o toque mais próximo da tábua de impulsão.

Corrida de Aproximação:
Objetivos: Adquirir velocidade horizontal; preparar para a primeira chamada com equilíbrio e coordenação.
Distância: +/- 30-40 metros ou 15 -20 passos (varia de acordo com o saltador vai adquirir velocidade)
Medida da tábua de impulsão: 13 m até a marca.

1.Salto (hop): chamada – vôo e queda
Efetuado com a perna mais forte (dois primeiros);
Tempo de contato com o solo menor que no salto em distância (menor diminuição velocidade horizontal);
Ângulo resultante de saída ligeiramente inferior ao S.D (14 à 16);
Grande importância do equilíbrio e a coordenação de movimentos, o que irá determinar os próximos saltos;
Menor rebaixamento do centro de gravidade;
Troca de pernas em fase de vôo (início de movimento de tesoura);

2. Salto Step ou Parada:
É o menor dos três saltos devido a maior dificuldade de elevação;
Inicia-se contato da perna de impulsão tocando em cheio o solo (maior sua absorção de impacto);
Pequena flexão de perna de impulsão (maior tensão elástica);
Perna de impulsão sofe grande pressão (até 6 vezes o peso do atleta)- quanto maior o ângulo maior a pressão;
A chama é realizada com um movimento de "patada"onde o saltador faça um movimento brusco com a perna para trás e pra cima, tentando assim reduzir a perda de velocidade horizontal;
O ângulo resultante de sáida é menor que o salto da distância;
Fase de vôo, correção do equilíbrio através da rotação horizontal dos braços, colocando o Centro de Gravidade no lugar.

3. Salto Jump:
Fase vôo próximo do Salto em Distância, tendo como diferença apenas a velocidade horizontal menor, provocando uma menor fase de vôo. Para tal utiliza-se outro tipo de estilo o tipo peito e o carpado.
A correção do equilíbrio é feita através da rotação horizontal de braços, na fase de vôo.
Fontes:
Silva, N. Pitham, Atletismo, Cia Brasil Ed, SP
Watts, Denis, ABC do Atletismo, Ed. Presença Ltda, 1974, Lisbôa
Regras Oficiais de Atletismo – CBAT.

 

O Futsal no Brasil

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    O Brasil é o país do futsal tanto quanto do futebol, principalmente em relação à prática deste esporte. A identificação do povo brasileiro com o futebol, as muitas quadras públicas ou particulares existentes, a grande utilização do futsal nas aulas de educação física e o número reduzido de jogadores necessários a prática desta modalidade são alguns dos fatores que contribuem para sua importância em nosso país.

    O Brasil é potência mundial no futsal, mais até que no futebol. Os títulos demonstram isso. São cinco títulos mundiais nos sete disputados (vice nos outros dois) e doze títulos sul-americanos em doze disputados, fora os outros vários títulos conquistados pela seleção principal e pelas demais categorias (Confederação Brasileira de Futebol de Salão, 2004).

    A origem do futsal, ao contrário do que muitos pensam, pode não ter ocorrido nessas terras. Alguns acreditam que o futebol de salão surgiu no Uruguai, sendo redigidas as primeiras regras em 1933, pelo Prof. Juan Carlos Ceriani e fundamentadas no futebol (essência), basquetebol (tempo de jogo), handebol (validade do gol) e pólo aquático (ação do goleiro). E só a partir de um curso na ACM2 de Montevidéu, que contou com a presença de representantes das ACMs de toda a América Latina, entre eles alguns brasileiros (João Lotufo, Asdrúbal Monteiro, José Rothier) é que cópias das regras foram distribuídas e, posteriormente, trazidas e divulgadas no Brasil (Santana, 2004).

    Outra corrente, liderada por Luiz Gonzaga Fernandes, defende que o futebol de salão surgiu no Brasil, no final de 1930, na ACM (SP) onde era praticado por jovens – considerados os precursores do esporte – a título de recreação. Esta corrente acredita que se jogava futebol em quadra também no Uruguai, mas que não passava de "pelada"3 e que a primeira regulamentação da modalidade ocorreu no Brasil (Santana, 2004).

    Muitas mudanças ocorreram desde a criação do esporte. Mudanças nas regras, na dinâmica do jogo e, até mesmo, na nomenclatura da modalidade. A FIFA4 tem certa influência nisto, pois ao se interessar por um novo "mercado" que se abria, fundiu o futebol de cinco, praticado na Europa com o futebol de salão para criar o FUTSAL. O futebol de salão, ainda existe sob a tutela da FIFUSA5 , primeira entidade internacional existente para o futebol praticado em quadras, mas o maior poderio da FIFA acaba sucumbindo tal entidade (Santana, 2004).

    Apesar destas divergências, é imensurável a contribuição brasileira para a evolução da modalidade. Hoje, incluindo o Brasil, mais de 130 países são filiados a FIFA, que detêm o futsal sob seu domínio desde a década de 1980 (Santana, 2004).

A origem da capoeira

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A ORIGEM DA CAPOEIRA

 

         A trajetória de praticamente todos os capoeiras é muito parecida, em princípio ficamos fascinados com o som do berimbau, do atabaque, com o profundo significado das músicas, que tocam dentro de nossas almas e corações e aos poucos vamos nos apaixonando pela ginga, pelos golpes e quando nos damos conta, a Capoeira já está entranhada dentro de nossa vida.

Herança africana legada à cultura brasileira, o jogo da Capoeira trouxe uma valiosa contribuição à formação da nossa identidade cultural.

Capoeira é luta, jogo e dança. Brincadeira de movimentos perigosos executados com graça, malícia e muitos rituais. Dança negra em que prevalece a agilidade da esquiva e a esperteza da fuga. Os pés que deslizam sobre o chão podem desferir golpes fatais. Essa dança, como forma de expressão corporal, possui uma linguagem aonde cada gesto significa e representa idéias, sentimentos, emoções e sensações.

O jogo da Capoeira é a síntese da dança. A sua essência, disfarçada em brinquedo: vadiação; distração de quem busca extravasar cada função interior nos gestos exteriores. Nessa dança se manifesta a tradição milenar da cultura negra de reverenciar as origens, cada vez que se repetem gestos ancestrais, renovados. O jogo da Capoeira é um vínculo com antepassados que praticaram os mesmos atos.

A Capoeira consiste numa dança onde o emprego dos movimentos arriscados – dado à circunstância de camuflar possível contenda – envolve os participantes e contagia quem assiste.

         A postura respeitosa dos capoeiras uns com os outros, com o jogo, o "chão", o berimbau e o atabaque se explicam no propósito maior da dança: unir. Ligar estreitamente, como as mãos que se apertam ao final de cada jogo.

Fornecendo elementos para a História do Brasil, o jogo da Capoeira se fez presente em todos os períodos, desde a colônia. Inúmeros memorialistas e cronistas de costumes fixaram a imagem de capoeiras célebres e suas peripécias, sendo possível flagrar a construção da identidade brasileira através do acompanhamento da História da Capoeira.

O jogo da Capoeira é o corpo e a essência de 500 anos de luta de resistência negra, constituindo-se na primeira e original manifestação libertária da Cultura Brasileira. É o corpo e a força dos ritos que preservam os mitos e os arquétipos da nossa gente. Participando ativamente da resistência comum às variadas formas de dominação física e cultural, desde o seu aparecimento nas terras brasileiras a Capoeira insurge-se em defesa da construção de uma nova identidade coletiva. Esse jogo não foi somente um fermento revolucionário; é realmente um instrumento de transformações firmado nas mais antigas raízes culturais do povo brasileiro.

Muitos dos nossos escritores empolgaram-se com a Capoeira: Joaquim Manuel de Macedo, em Memórias de Um Sargento de Milícias; Aluízio de Azevedo, em O Cortiço, são alguns dos que buscaram retratar cenas do período em que capoeiras pontificavam, nas suas lutas.

A introdução deste estudo foi baseada no livro de Camile Adorno – A arte da Capoeira.

A ORIGEM DA CAPOEIRA

Acredita-se que a existência da Capoeira remonte às senzalas, às fugas dos negros e aos quilombos brasileiros da época colonial: os escravos fugitivos, para se defenderem, fizeram do próprio corpo uma arma.

As origens da Capoeira estão nesse ambiente, onde os negros relembravam suas velhas danças e rituais da África. A maioria dos golpes assemelha-se às defesas e ataques de animais: a marrada do touro, o coice do cavalo, a fisgada do rabo de arraia. Ou então guardam relação com instrumentos de trabalho cuja ação é semelhante aos movimentos do corpo dos capoeiras: o martelo batendo, a foice roçando o mato.

Não há indicações seguras de que a Capoeira, conforme a conhecemos no Brasil ainda hoje, tenha se desenvolvido em qualquer outra parte do mundo.

O antropólogo Gerhard Kubik, professor da Universidade de Viena – Áustria e membro da Associação Mundial de Folclore, especialista em assuntos relacionados à África, não encontrou em suas pesquisas nenhuma manifestação semelhante a Capoeira, considerando, portanto a expressão "Capoeira de Angola" uma criação brasileira, sem qualquer conotação cultural com a África.

Câmara Cascudo, outro grande historiador, afirma que os negros Bantos – Congo – Angolenses trouxeram-na em forma de danças litúrgicas; as quais eram praticadas ao som de instrumentos de percussão, transformando-se em luta aqui no Brasil. Assim, de acordo com o antropólogo Gerhard Kubik, Câmara Cascudo e vários outros estudiosos, a Capoeira é uma invenção dos escravos africanos em terras brasileiras.

Não existem pesquisas históricas a respeito da capoeira nos séculos XVI a XVIII.

O pintor Rugendas (1835), retratou a Capoeira na gravura intitulada Jogar capoeira ou dança da guerra. Nela dois negros gingam ao som de um atabaque – tocado por um negro sentado – diante de uma assistência composta por nove negros (dentre os quais três mulheres). O cronista refere-se ao que vê como uma "dança da guerra".

Durante a primeira metade do século XIX, a Capoeira parece ter se configurado como uma experiência essencialmente escrava. Entretanto, a partir dos anos 1850, altera-se a composição étnica e social de seus praticantes, com a incorporação de libertos e livres, muitos dos quais brancos. Dentre esses últimos havia alguns membros da elite e também inúmeros estrangeiros, predominantemente portugueses.

Em 1872 levantavam-se as primeiras vozes pedindo a criminalização da capoeira, apesar desta não se caracterizar como crime de acordo com o Código Criminal" (Holloway,1989:669).

Em 11 de outubro de 1890 foi promulgada a Lei nº 487, de autoria de Sampaio Ferraz, que proibia a prática da capoeira e previa punição de 2 a 6 meses de trabalho forçado na ilha de Fernando de Noronha.

Como não eram apenas os negros e mestiços que praticavam a Capoeira, a lei acabou atingindo importantes pessoas da nobreza.

 

CONCLUSÃO

          De acordo com a pesquisa bibliográfica realizada, vemos que a origem da Capoeira perde-se no tempo e se acha ainda oculta pela poeira dos séculos que a envolvem. São vários os historiadores defensores das mais diferentes teses com relação à sua origem.

Não sabemos com precisão a veracidade de todos os fatos, porque o conselheiro Rui Barbosa, quando Ministro da Fazenda do governo do General Deodoro da Fonseca, considerando a exploração do homem pelo homem uma mancha de sangue na história do nosso país a ser apagada, mandou queimar toda a documentação referente à escravidão negra no Brasil.

Vemos que essa sua atitude nos trouxe apenas a distorção de muitos fatos, porque os documentos que restaram forneceram os subsídios necessários para a reconstituição da nossa história.

Assim, concluímos que realmente não existem relatos documentados ou registros que comprovem a origem da Capoeira, porém a maior parte dos historiados e estudiosos do tema, confirmam a teoria de que a Capoeira teve uma influência africana fragmentada, porém a Capoeira como a conhecemos hoje, nasceu realmente no Brasil.

         De fato temos pelo menos uma certeza em relação à Capoeira: Hoje em dia esta arte definitivamente representa o Brasil, pois não existe brasileiro que não se sinta influenciado e enfeitiçado por sua ginga, melodia, enfim por toda a sua magia.

 

 

OS  MOVIMENTOS

A ginga

A ginga é a movimentação corporal essencial da capoeira. Passo de dança, passo de luta. Primeiro, para aprender-se o jogo. Cadência, movimentação oscilante, meneio do corpo, que desconcerta e engana, no jeito bamboleante, na dança de todo o corpo.

A sua característica principal é permitir a descontração,

a entrega aos ritmos da Capoeira. Funciona como armação para outros movimentos, permitindo deslocações constantes.

Como se fora uma dança – nem por isto obrigada a ter propósitos inofensivos – estabelece harmonia entre a Capoeira e a própria natureza do jogador: versátil, dinâmica, criativa.

Permitindo que a um só tempo o corpo lute aparentando dançar, a ginga camufla o potencial letal dos movimentos. É a ginga que predispõe o jogador a um jogo situado entre a brincadeira e o combate. A ginga não é unicamente uma base para o arremesso de golpes. E os movimentos da Capoeira não são somente golpes.

Existe um princípio de movimentação em equilíbrio, com as ações circulares típicas do jogo, que determina uma forma de ginga para cada jogador, atendendo a suas características e preferências. Afinal, não podemos esquecer as peculiaridades do jogo.

As padronizações – ou estilizações – levam à diminuição do espaço reservado à arte, aos improvisos de cada jogador, empobrecendo e descaracterizando o jogo, invertendo suas finalidades.

As tentativas de estabelecer-se um estilo único de ginga, geralmente são o resultado das iniciativas de alguns professores, que buscam ajustá-la às razões pelas quais praticam a Capoeira, sejam a promoção de shows ou o ensino de pugilato. Isso contraria o fundamental: a arte se presta à luta e pode ser vista como demonstração, mas sua natureza vai muito além destas meras possibilidades.

Qualquer comparação que implique em limitação, exclusão de componentes do seu conteúdo, provoca deturpações. Principalmente se referentes a modalidades pugilísticas, por relacionarem a Capoeira com manifestações inseridas em outro contexto cultural.

Não serão menos equivocadas comparações com outras danças, entendidas conforme os conceitos geralmente adotados para sua compreensão. Isso importaria em excluir a possibilidade do emprego ofensivo-defensivo, existente desde o surgimento do jogo, de forma implícita ou explícita.

É importante observar a ginga, notando o intenso magnetismo a desprender-se do capoeira dançando com todo o corpo, balançando os braços, sorridente frente ao adversário que por força quer atingi-lo.

Os braços se posicionam sempre de forma tal que fica garantida proteção à cabeça, quando se faça necessário, para – na ocasião apropriada – prepararem um ataque. As pernas alternam passos que permitem a execução de outros movimentos. Na mobilidade dos quadris se encontra uma das causas da agilidade com que os capoeiras se esquivam ante ataques, sendo recurso auxiliar no arremesso de movimentos com os pés, mãos ou cabeça.  

Além de incluir uma sucessão de posições de guarda do capoeira, a ginga possibilita o início e velocidade nos ataques e defesas. Esta premissa estabelece, portanto, a necessidade do pleno conhecimento da sua mecânica. À medida que o jogador se entrega ao ritmo de forma descontraída, deve personalizá-la, ajustando-a sempre conforme seu temperamento e intenções.

Ao gingar o capoeira se permite improvisos e inovações, considerando o essencial: defender um lado do corpo enquanto o outro se prepara (ou executa) um ataque. Deve ser considerada imprescindível a manutenção do equilíbrio do corpo. Nestas condições, o emprego de figurações e gestos destinados a desviar a atenção do adversário, camuflando o propósito de ataques e defesas, acontece de acordo com a criatividade de cada um. O desenvolvimento da maneira própria de gingar depende de imaginação e prática constante.

É importante o treinamento da ginga pelo capoeira defronte a um camarada, executando apenas gestos destinados a desviar a atenção do adversário, aplicando diversas formas de truques ao seu alcance, para enganar o oponente, assim como a execução intensiva individual.

Movimento de locomoção do capoeira na roda, permite aproximar-se ou afastar-se do oponente, armando ataques e executando uma defesa.

Negativa

Aqui o capoeira desce sobre uma perna, que flexionará sob o peso do corpo, ao abaixar-se. Com isto, temos o corpo sobre uma perna, apoiado no calcanhar, enquanto a ponta do pé (flexionada) firma a base no chão. A outra perna é lançada à frente, esticada, o calcanhar tocando o solo. O braço deste lado apoia a mão ao solo, garantindo ao capoeira três pontos de apoio e uma posição que permite locomoção rápida.

Geralmente os capoeiras aperfeiçoam a execução da negativa treinando a troca de negativas, que consiste em alternar sucessivamente os pontos de apoio do corpo, de um lado e de outro, em rápidos movimentos

Meia-lua de frente

Ao fazer este movimento o capoeira descreve uma meia-lua com uma perna estirada, arremessada com o pé passando à altura do adversário e completando um semicírculo, para então voltar com o pé ao ponto inicial, retornando à ginga.

Bênção

O capoeira ao aplicar a Bênção levanta a perna que se encontra atrás na ginga, puxa-a em direção a si e – num movimento rápido – empurra-a contra o peito do adversário, buscando atingi-lo com o calcanhar.

Esquiva

 Neste movimento o capoeira se desloca sem recuar o corpo, porém evitando a trajetória de um gesto contrário, se abaixando lateralmente.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 Þ       Adorno, Camile – A arte da Capoeira – (S.D)

Þ       Mestrinho, Mestre – Arte-Luta Brasileira – (S.D)

Þ       Moura, Jair – Mestre Bimba – A crônica da Capoeiragem – (S. D)

Þ       Rodrigues, Nina – Os africanos no Brasil – Ed. NACIONAL, São Paulo, 1977 (1 a ed.1933)

Þ       Vieira, Emílio – Na roda do berimbau – Goiânia, ORIENTE, 1973